domingo, 29 de maio de 2011

Os animais também podem sofrer de estresse.

Não é apenas o ser humano que pode sofrer de estresse. Essa palavra, tão comumente usada nos dias atuais, não é nenhuma novidade no mundo animal.
Sob condições adversas, tais como: transporte, mudança de ambiente ou na rotina da casa, morte do dono ou na família e viagens, os animais podem reagir com mudanças fisiológicas e/ou comportamentais.
Alguns animais apresentam diarréias quando voltam do banho em petshops. Por melhor que seja o tratamento oferecido, para esses animais a situação gera estresse capaz de causar-lhes diarréia. Nesses casos, é aconselhável que o dono acompanhe o animal durante o banho.
A introdução de um novo animal na casa pode ser um fator estressante para outro que já viva no ambiente, independente da espécie. A reação pode ser comportamental, com sinais que vão da agressividade à apatia, ou fisiológicos, com vômitos, diarréia ou perda de apetite.
A morte do dono é uma situação extremamente estressante. Muitos animais se recusam a comer por vários dias e perdem o interesse por tudo que os cercam. Há casos em que o animal chega a adoecer e até mesmo morrer, logo após a morte de seu dono. Notamos que esses animais não demonstram reação positiva ao tratamento, nos dando a impressão de total desinteresse por viver.
O transporte é uma das grandes causas de estresse em peixes, aves e répteis, podendo levar à morte muitos animais. Transportar um animal de uma dessas espécies requer cuidados especiais e condições que minimizem o estresse como: temperatura certa e caixas de contenção apropriadas.
Mudanças ambientais também causam estresse nos animais. Nas espécies mais sensíveis como répteis, peixes e aves, alterações bruscas na temperatura, mudança na alimentação ou local onde o animal viva, são fatores estressantes.
Em cães e gatos, a ausência do dono, diminuição do tempo ou frequência dos passeios, mudança de um empregado da casa, obras ou reformas ou situações em que o dono passa menos horas com o animal, podem causar estresse.
Na maioria dos casos, retirando-se a causa do estresse, o animal volta à sua vida normal. O estresse não é uma "doença" nos animais, mas um estado bastante comum. Ele pode sim gerar queda de resistência no organismo e levar a uma doença.
O estresse não pode servir de diagnóstico antes de eliminarmos todas as outras prováveis causas que levem a mudanças no comportamento e fisiologia. Nem todo o animal que está "diferente", está estressado. Ele pode estar doente. Não deixe de procurar o veterinário.

Silvia C. Parisi
médica veterinária - (CRMV SP 5532)

Fonte: Web Animal

sábado, 28 de maio de 2011

Caminhada melhora vida dos cães e de seus donos



Caminhada melhora vida dos cães e de seus donos.
Autor: Dr. Fabio Ravaglia*

Todos sabemos que a prática regular de atividades físicas contribui para a prevenção de doenças, auxilia no combate à obesidade, ajuda no controle da pressão arterial, diminui o estresse, auxilia no reforço muscular e ósseo, e melhora a auto-estima, especialmente de pessoas acima de 50 anos. Nesse contexto, a caminhada é uma das atividades físicas que apresenta os índices mais satisfatórios em ganho de qualidade de vida. Mas, como a caminhada pode auxiliar os cães e seus donos a ter mais saúde e a conquistar mais qualidade de vida?
O simples fato de ter um cachorro, para muita gente, já representa uma melhora significativa no dia-a-dia. Para a terceira idade, por exemplo, a troca de afeto e a convivência com o animal representam, muitas vezes, o ânimo que faltava para conduzir tarefas simples do cotidiano como sair de casa, conversar com pessoas sobre assuntos amenos e fazer amigos. Os cães unem pessoas de todas as idades em uma "confraria".
Não raro, ao sairmos às ruas com cachorros muita gente puxa conversa, pergunta sobre a raça, elogia... Na Austrália, por exemplo, 40% da população possui cães – o que significa um total de 3,1 milhões de cachorros no país. Um estudo realizado pela University New South Wales (Austrália) mostrou que 41% dos proprietários de cães caminham 28% a mais do que os que não têm cachorros. Mas, entre os proprietários de cachorros, ainda há 59% que nunca andam com os seus pets. Perdem,assim,uma boa oportunidade de se exercitar, ou seja, têm graus de atividade menores até quando comparados com as pessoas que não têm cães.
Na prática, os cães promovem a integração e a interação entre as pessoas, tornando-as mais sociáveis! Mas, os cães podem fazer mais por seus donos; podem ajudar a manter a saúde e a forma física. No entanto, é importante saber alguns conceitos básicos. Levar o cão para passear, por exemplo, e caminhar são coisas completamente diferentes e têm efeitos diferentes sobre a saúde animal e humana. O passeio é essencial ao animal, especialmente para os que vivem em apartamentos.ou em espaços reduzidos.
Esses devem sair duas vezes por dia para o processo de socialização (com pessoas e animais) e também para as necessidades básicas. Para os cães, a caminhada ajuda a combater a obesidade, que está associada a problemas de saúde como osteoartrite, doença cardiovascular, doença hepática e resistência a insulina.
Como caminhar é diferente de passear, ambos – dono e cão – devem se preparar para que essa mudança na rotina seja o mais segura possível. Da mesma forma que o dono deve fazer uma avaliação médica – incluindo a execução de exames como eletrocardiograma e hemograma; com atenção especial para diabéticos e hipertensos – os cães devem ser levados a um veterinário. Cães com mais de sete anos, que são considerados idosos, e os obesos, devem ser submetidos a uma avaliação criteriosa para checar a existência de doenças pertinentes à condição: displasia coxo-femural, problemas de coluna e cardíacos.
Para caminhar com cães, alguns cuidados devem ser tomados, como a escolha do horário mais indicado. Veja algumas dicas:
1. Pelo calor, que pode danificar as patas dos animais, a caminhada deve ocorrer no período da manhã ou bem no final da tarde.
2. A respiração ofegante do cão e a resistência em continuar o trajeto, devem ser respeitadas. Mas, não associe o cansaço do animal com a língua de fora! Os cães sentem mais calor do que os humanos, mas não transpiram, porque não possuem glândulas sudoríparas. Eles efetuam a perda de calor pela língua e também pelo focinho e "almofadinhas" das patas.
3. Para mostrar ao cão a diferença entre passeio e caminhada procure adotar uma postura mais séria, com comandos mais firmes.
4. As paradas do cão, tão comuns nos passeios, devem ser abolidas nas caminhadas, para que se mantenha um ritmo adequado ao cachorro e ao dono.
5. Nas caminhadas, fique atento para evitar acidentes com crianças e pessoas idosas. Use sempre os equipamentos de segurança – como coleiras e focinheiras, para algumas raças especiais.
6. Mantenha a vacinação em dia e recolha as fezes do animal para evitar que as pessoas escorreguem.
7. Para garantir o bem-estar do seu melhor amigo, é importante fazer com que ele beba água em pequenas quantidades e urine antes de começar a caminhada.
8. Fique atento com a forma de conduzi-lo – segure a guia de maneira firme, do lado esquerdo e mantenha uma postura ereta.
9. Respeite o direito de outras pessoas que não gostam de cães ou que eventualmente sejam alérgicas ou tenham fobia por animais.
10. Recompense o cão após a caminhada com um petisco canino para condicionar o bom comportamento.
Como dicas básicas para os donos, cito a importância de usar roupas confortáveis e calçado adequado à prática (tênis); alongamento antes e após a caminhada; hidratação antes, durante e após a prática, e a escolha de um local adequado para a caminhada, longe de calçadas esburacadas e ruas movimentadas. O ideal é manter a meta de 20 a 30 minutos por caminhada, cinco vezes por semana.
Aos idosos, sendentários,ou às pessoas obesas, recomendo que comecem, na primeira semana, caminhando três vezes por semana, por trinta minutos para que o corpo vá se adequando à nova rotina de exercícios. A partir da segunda semana, o praticante deve ir aumentando em 10 minutos para que após um mês do início da atividade o indivíduo chegue a 40 ou 50 minutos de caminhada.
O seu cão certamente agradece – basta ver a alegria do animal na hora da caminhada. Mas saiba que a maior recompensa quem ganhará é você – mais saúde e qualidade de vida para ambos!
(*) Dr. Fabio Ravaglia. Médico ortopedista graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp)- com residência médica no Hospital do Servidor Público Estadual, especialização em coluna vertebral Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

Fonte: S.O.S. Vida Animal